sábado, 22 de novembro de 2008

Indiferente


Hoje eu me acordei diferente, ou indiferente.
Hoje eu deixei minha calça jeans de lado, coloquei uma calça de abrigo que ganhei da minha mãe justamente por ela achar um absurdo um garoto da minha idade só andar com calças jeans, inclusive nos finais de semana.
Me acordei às 9:17, e quando faço isso sempre pergunto a mim mesmo o porquê de não acordar todos dias essa hora e ir trabalhar, afinal, ter nossos olhos assustados pelo despertador acabam nos deixando diferentes nosso dia inteiro. Ou indiferentes, tanto faz.
Alguma coisa ausente me encomoda, convivo com aquele frio na barriga a maior parte da minha vida, mas o que seria a vida se tudo fosse certo, tudo ganho, sem a maldita insegurança para nos deixar com um sopro atrás da orelha?
Fui almoçar no restaurante de sempre, onde a música ambiente é um jazz e enquanto as pessoas comem não dão a mínima bola para isso. E nesse restaurante tem um cartaz onde diz "Primeiro show de outono" que ocorreu em 86 nesse mesmo bar.
Escrevendo apenas coisas que me vem na cabeça e ficam provocando sensações, me parece algo Lynchiano, e tenho certeza de que quando eu ler esse texto novamente depois de alguns dias, eu vou lembrar desses acontecimentos como um filme.
Ultimamente não tenho pensado sobre o assunto, sobre esse assunto que nem eu sei do que se trata e sobre o que eu ando sentindo, aliás, eu nunca tinha sentido isso.
Nunca tinha sentido esse vazio cheio, essa saudade que se esgota, essa vontade que passa.
Acho que é bom eu nem pensar. A vida é boa quando simplesmente passa e nela as coisas acontecem, se pensamos demais, o tempo passou e ele é a melhor solução para tudo embora as vezes eu queira para ele por apenas alguns segundos.
Li e reli o texto, achei que ele ficou diferente, ou indiferente.
Tanto faz.