domingo, 2 de janeiro de 2011

Corrida Com a Morte

Acidentes no trânsito é uma coisa que incomoda todo mundo.
Tanto pelo motivo de ser uma fatalidade como pelo fato de obstruir a lei da vida, que os mais velhos morrem antes dos jovens.

A cada final de ano ou em datas comemorativas ligando a televisão ou lendo um jornal o sangue escorre, deixando nossas mãos ensanguentadas por imaginar o buraco de queda livre que a família vai viver com uma perda que como se não bastasse, ocorreu entre datas especiais no catolicismo. Marca.

A polícia rodoviária nesses feriados precisam deixar o café preto e seus lanchinhos da tarde de lado e arregaçar as mangas.

É a hora do trabalho.

As vezes penso no trabalho desses caras: passar o dia perambulando em estradas e volta e meia ver corpos entre ferragens de veículos não deve ser nenhum pouco agradável, principalmente depois de passar quase um ano inteiro se alimentando como porcos em uma sala.
No ano inteiro, seu trabalho consiste apenas em ver o movimento passar, e muitas vezes, multar pessoas inocentes que não bebem e não são delatores apenas por ter seus documentos do carro atrasados.

Esses acidentes de trânsito realmente doem, mas o que aumenta a raivar dos cidadãos mesmo são os sujeitos que enchem a cara por aí achando que são invencíveis e dirigem pelas auto-estradas como se não houvesse amanhã.
Geralmente garotos criados a leite de pêra, que apesar de passarem em uma universidade particular ganharam seu carro novo para contribuir com a emissão de CO2 e quem sabe, com menos algumas pessoas que completam famílias atualmente. Ou então alguns tiozões mesmo, que passam dos limites na bebida por não funcionarem mais muito bem com suas mulheres e essas ocasiões são as chances de meter o pé no acelerador e fazer seu coração bater mais forte pelo menos em uma estrada. Os prostíbulos estão cheios de velhos desse tipo, mas ainda tem os que preferem estradas e cheiro de gasolina.

Uma das soluções para isso, acredito que seria o aumento de transportes públicos e maior utilização de rodoviárias. Profissionais capacitados levam pessoas a lugares onde elas querem.
Menos glamour? É claro. Imaginem o quão difícil seria para um sujeito que não é nada sem seu carro andar de ônibus para cima e pra baixo. Algo como se sentir chorume, o suco do lixo.

Estes ainda são problemas que assolam nossa geração, e muitas vezes fazem datas especiais se tornarem datas problemáticas, onde a cada ano novo natal ou carnaval fazem você se lembrar de pessoas especiais que se foram.

Lembranças que vem como as que vieram da do ano que se foi, o dia das crianças que hoje não é comemorado por um adulto, ou o segredo de Noel que a criança deixou de acreditar.

Não tem mais volta.