terça-feira, 21 de abril de 2009

Soluções para tirar o corpo fora



Todo mundo que trabalha não só em agências de publicidade sabe daquelas desculpas que surgem quando um trabalho é entregue meia-boca, ou então o juvenil não sabe fazer o solicitado e tem aquela leve vergonha de perguntar para um superior como se faz.
Por fim, acaba optando pelo "Ah, não dá nada"(Pelo menos uma vez você já deve ter feito isso, até eu já fiz. XD).

Mas o grande problema é quando isso vira uma grande rotina, e essa velha hitória que era para acontecer lá de vez enquando (de vez enquando mesmo) acaba se estendendo, e as velhas desculpas engolem o ser humano e cada vez mais ele fica limitado, sabendo e se interessando apenas pelo seu beabá em tempo integral de sua vida.

Aqui seguem algumas clássicas desculpas para você reconhecer esses grandes figurões, ou se for o seu caso, pratica-las de vez enquando. Algo mais ou menos como aquela história de veiculação do VT de 30" na hora do Chaves porque é o horário que toda a familia assiste, não porque tem um índice de ibope de acordo com seu público, mas isso é uma longa história que qualquer dia eu conto pra vocês, afinal, estamos aqui pra desmascarar a meia-boquice, e não para ensinar um modo trolha de cometer mais uma.



Bora lá...

Caso 1: Mas eu não sou da ÁÁÁÁRÊÊÊA!!!!

Dedo no cú e gritaria na agência. Redator que não veio na parte da manhã por ter virado a noite anterior criando uma campanha acaba gerando uma necessidade de um atendimento escrever o texto. Algo simples, nenhum trocadilho ou jogo de palavra, mais informação mesmo.
Toca o ramal do Diretor de arte e é pedido que ele apenas laiaute esse algo simples com o texto que foi mandado por email (tudo é sempre simples para o atendimento, afinal, é só colocar a logo no canto, uma foto estourada e um texto...não é isso?!), indo adiante o texto é pior que aqueles de placas com cardápio de bares no nordeste que se vê no pérolas do orkut ou em umas fotos perdidas em ppts com musiquinha de fundo que você recebe de alguém que achou a ignorância alheia muito engraçada e resolveu passar adiante. Erros drásticos de português e concordância que chegaria a doer na alma dos falecidos da academia de letras.
Com todo o seu desespero e nada da lei de murphy, você olha para a entrada e lá está o redator chegando. Cheio de saúde e pronto para encarar qualquer desafio novamente.

Ele pega o texto e dá uma lida... abre aquele sorrisinho de canto de boca quando está quase chegando no fim e rapidamente por tamanha banalidade resolve o problema, como sempre volta com algumas alterações mas quando é perguntado para o atendimento quem escreveu o absurdo anterior é dito em alta e boa voz: É que eu não sou da ÁÁÁÁRÊÊÊA!!!!

Caso 2: ...mas eu só trabalho aqui.

Da para jogar baralho com os PIT'S que se encontram em cima da mesa, e se você bobiar pode pifar o jogo e ganhar mais uns 2 PIT'S bancando o dorminhoco.
Trabalho revisado antes de liberar no mínimo umas dez vezes, aí depois de tudo aprovado é visto um erro que ninguém viu. Sim! Um erro que estava perdido pelo chão da sala de criação e decidiu pular quando viu uma grande folha A3 falando em silêncio um "É aqui que eu vô ficáá".

É vovó, e agora, quem é o culpado?
O cara que criou nunca tinha visto nada parecido antes, parece que nem sabia que a agência tinha a tal conta deste trabalho. O arte-finalista resolveu ir liberar um arquivo no banheiro e o atentimento saiu para uma reunião com o cliente em Moscow...após alguns segundos, surge mais uma pérola disparada de uma voz que até hoje não se sabe de quem foi, só se sabe que foi alguém da criação "Eu não sei de nada...eu só trabalho aqui".